terça-feira, 27 de abril de 2010

Perdi um livro...

Hoje eu tive uma grande idéia. Iria pegar um livro da minha não tão extensa coleção e colocar em um ponto de ônibus da av. mais movimentada da cidade. O objetivo é fazer com que alguém tenha a chance de ler o livro, e ao terminar fazer o mesmo que eu fiz. Ou seja, jogar em algum canto da cidade. Ao conversar com uns amigos, descobri que existe um site que faz um sistema desses. A idéia não era tão original assim. E que eles consideram essa idéia bem idiota... ¬¬"
O site se chama: Perca um Livro, e quem quiser conferir:
http://www.livr.us/

Lógico que não fui tão impessoal assim, escrevi uma mensagem para quem encontrar o livro. :)
Imagine que legal deve ser encontrar um livro em uma situação dessas?

O que o mundo precisa mesmo pra mudar são ações "loucas" desse jeito, coisas que contrariam a lógica normal de agir, que façam com que as pessoas comecem a acreditar que não precisam seguir o modelo egoísta de nossa sociedade. Então comece fazendo pequenas mudanças como essa, "perca" um livro... PRATIQUE O DESAPEGO!

Como diria o Lao, "Por um mundo mais louco, por que esse é pouco..."

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sessão da tarde

Quando assisto a sessão da tarde fico impressionado com a capacidade do cérebro humano de criar coisas escrotas, é algo surreal! Mas outra coisa que me impressiona mais ainda é que muitas dessas idéias totalmente escrotas vão longe, muito longe.
Imagina que em uma sexta-feira comum, você e seu grupos de amigos estão se divertindo em um bar, quando alguém fala com ar de seriedade:

-Galera, tive a idéia de um filme genial. A história é sobre um time de futebol muito ruim, que vai participar de uma competição. Eles entram desacreditados, mas aí o cachorro de alguém do time acaba se mostrando um verdadeiro craque! E com a ajuda canina eles vencem o campeonato!

Sinceramente, eu terminaria a amizade com alguém assim. Porra, um cachorro que joga futebol?! VAI TOMA NO CU!! Até meu cachorro, que não joga futebol, pensaria em uma história melhor que essa! Mas o pior é que alguém aceitou bancar um filme desses, algumas pessoas aceitaram gravar essa merda, e algum imbecil da globo aceitou comprar, e milhões assistiram esse filme!! Alguns até gostaram. Veja como uma idéia escrota pode ir longe.

A Internet é outro grande exemplo. Meia hora na internet é mais que suficiente pra perder a fé na humanidade. É impressionante como coisas realmente idiotas tomam proporções surreais nessa rede.
Por exemplo, essa foto ai do lado. Na boa, isso é ESCROTO! E do dia pra noite virou a maior sensação da rede. Vai entender...

Quando a internet surgiu milhares de pensadores previram uma verdadeira revolução cultural. Também pudera, uma rede global em que todos estão interligados e podem expor suas idéias sem intermeio das gigantes da mídia. Uma revolução cultural é o mínimo que se pode prever. Mas veja o que a internet virou... Chutando por baixo, eu acredito que 60% da internet seja putaria. Uns 39,9% de idiotices. Restando pouco menos de 0,1% de coisas relevantes.
Todas as revoluções culturais, artísticas e sociais que qualquer um imaginaria podem se resumir a videos de macacos coçando a bunda.

Imagina se daqui a uns 2000 anos, alguns arqueólogos do futuro encontrarem os servidores do YouTube! Ao se deparar com o maior acervo de imbecilidades já criado, provavelmente negariam até a morte a teoria da evolução.
- O Que?! Nós evoluímos dessa galera aqui? Acho que não!
Certeza que inventariam um novo deus, ou que são descendentes de um povo do espaço, que ao chegar na Terra, encontraram um lugar vazio e devastado.
Tudo por que alguns babacas que viveram ali antes, decidiram explodir tudo com bombas nucleares pra provar que seu deus é melhor que o dos outros babacas.

E não venha com mais teorias bacanas. Anarquismo?! Socialismo?! Comunismo?!
Não interessa o que vier depois, transformaremos em uma imensa babaquice.
Talvez maior que um macaco coçando a bunda. Aliás, a cada vez que eu vejo pro mundo ao redor, e o video do macaco... Mais eu acredito na teoria da evolução
Abençoado seja Darwin!

terça-feira, 20 de abril de 2010

A farsa da seleção natural

Alguns animais contrariam a Teoria de Seleção Natural. Às vezes, olhamos para eles e ficamos pensando como é que eles puderam chegar até aqui. São animais que não possuem utilidade nenhuma. Quer dizer, servem só para que a gente ria deles num domingo qualquer no Jardim Zoológico. Um exemplo clássico destes animais inúteis é o bicho-preguiça. Por que a Natureza fez questão de propiciar a existência a um animal que dorme 20 HORAS POR DIA?!?! Qual o benefício que esta toupeira, digo, bicho-preguiça traz para um ecossistema? O que é que ele come? Como é que ele se reproduz se dorme o dia inteiro? No fundo, os bichos-preguiça são os funcionários públicos da Natureza... Só falta ter cafezinho na árvore...

A mosca é um inseto insuportável. E faz questão de fazer valer o velho ditado: "Os incomodados que se mudem!". Ela fica pousando em você até te irritar. E sempre, sempre vence. Mas não é só isso que incomoda. A mosca só vive 24 horas. E ao contrário do bicho-preguiça, não dorme, até porque não tem tempo. Então por que a Natureza criou um bicho que nasce, cresce e morre no espaço de tempo de uma rotação do planeta? No fundo, no fundo, a mosca só serve para descansar em cima de um pedaço de cocô e pousar em você logo em seguida...

A baleia. Pra que serve um bicho daquele tamanho se ele só se alimenta de krill? Aliás, o que é krill? O krill está para o maravilhoso mundo dos crustáceos assim como a mirra está para os presentes que Jesus ganhou: ninguém conhece, ninguém sabe do que se trata! Que porra de bicho é esse? As baleias devem ser os únicos seres vivos que se alimentam desse bichinho idiota. Quem nasceu para ser krill, nunca chega a camarão...

Às vezes eu acredito que o hipopótamo foi criado em laboratório só para ser atração de Jardim Zoológico. Na boa: se o hipopótamo fosse extinto hoje, você sentiria falta? Não. Pra falar a verdade, você não sentiria falta nem do mico-leão dourado. Nem da girafa. Você sentiria falta da galinha, que nada mais é do que uma planta que anda. Mas só sentiria falta da galinha por que talvez goste de ovo estrelado. Se não fosse por isso, que utilidade teria a galinha? Tudo bem, vale pela carne também. Mas o que se pode esperar de um animal que avisa aos predadores que botou um ovo?

Formiga deve mesmo fazer bem aos olhos. Você nunca viu um tamanduá usando óculos, não é mesmo? Mas aí é que está: pra quê existe um animal só pra comer formiga? E daquele tamanho todo? É claro que em vários lares existem milhões de formigas. Mas ninguém nunca pensou em comprar um tamanduá pra resolver o problema. Ou pensou?

Mas bicho inútil mesmo é o Homem. O que é que a gente tá fazendo aqui? Somos tão bizarros que nem nos incomodamos mais em ficarmos trancados numa jaula e sendo observados 24 horas por dia. Não servimos pra nada!!! Nem cuidar do planeta a gente sabe... E olha que ganhamos a Terra de mão beijada, hein!!! Talvez a gente só sirva mesmo pra dar audiência pro Gugu e pra ouvir a Mallu Magalhães. Isso é mais do que uma boa razão para pedirmos a nossa própria extinção!!!

Portanto, a Seleção Natural é uma farsa. Esse bichos todos foram criados por um grupo de alienígenas que esteve na Terra a milhões de anos atrás e o único motivo pelo qual criaram tantas nulidades foi nos sacanear.

E parece que conseguiram!!!

domingo, 11 de abril de 2010

Uma análise cultural sobre o MOLEJO


Não há quem ouça uma música do Grupo Molejo e não sinta no sangue a ginga e malemolência do Brasileiro. É a alegria de qualquer tribo.
Uma das poucas bandas que conseguem agradar a metaleiros, funkeiros, indies, emos, micareteiros, sertanejos e afins. Molejão é amor.

Nos anos 90, Andrezéénho, Andersããão, Claumirziiiinho e Jimmy Batera eram uma espécia de John, Paul, George e Ringo tupiniquins.

Foram muitos sucessos lançados diretamente do Planeta Xuxa para o mundo!
Um dos maiores hits foi Paparico, do álbum de nome criativo Molejo Vol II, de 1995.

Como sempre, uma letra desafiadora aos ouvidos, que pode parecer simples, mas que traz todo um enredo político-social embutido nas entre-linhas.
Molejo nunca foi música fácil, sempre se requer atenção aos pequenos detalhes de uma construção complexa.
Paparico não é uma simples historinha de amor malandro nesse Brasil.

Menina vou lhe ser sincero
Não quero mais te enganar


No início da música, Andersããão já começa exprimindo seu sentimento de culpa ao admitir que anteriormente já havido enganado a sua amada, mas, assim como todo canalha arrependido, prometia não mais lhe enganar. Nesses versos se vê uma clara referência a Um beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues.

Não tenho onde cair duro
Fiz de tudo prá te conquistar
Arranjei um carro importado
Uma beca e um celular


Andersãão, obviamente inspirado em Schopenhauer, diz que o amor é desejo é uma vontade cega, absurda e irracional de desejar algo que, tão logo é obtido, torna-se motivo de insatisfação.
Aqui ele se ilude achando que os bens matérias iriam fazer a donzela se apaixonar. A ânsia de arrumar um carrro importado, uma roupa de grife e um celular mostram bem a superficialidade existente nas relações amorosas atualmente, onde o que importa é o que a pessoa tem.

Na verdade era tudo emprestado
Não tenho nem onde morar...


Nesses versos a realidade cai sobre a cabeça do pobre sambista brasileiro, já fragilizado historicamente por uma infância pobre e uma família desfragmentada que ao tentar criar a sua tem que passar pelo constrangimento de admitir que não tem nem onde morar.

Te ganhei no paparico
Te papariquei!
Quis te dar um fino trato
E me apaixonei
!

O desejo de toda mulher é ser bem tratada, arranjar um homem que lhe dê toda a atenção que ela sempre pediu e que supra todos os seus surtos de carência, já dizia Sigmund Freud. Andersãão, quis lhe dar um fino trato, lhe deu toda a atenção, porém, acabou também se apaixonando. Ironia do destino.

Te ganhei no paparico
Mas tô sem nenhum
Por favor amor não pense
Que sou 71...(2x)


Quando estamos apaixonados passamos a nos importar com a opinião da amada sobre nossos atos. Depois de tanta atenção prestada, ele só pede para que ela não pense que ele é mentiroso, usando uma gíria popular de 171. Ele não tem nenhum, mas tem consciência que o amor supera tudo.

Te levei num hotel 5 estrelas
Passei um cheque voador


Nessa passagem convém lembrar o momento econômico pelo qual o Brasil passava em 1995, já que a crise do México abalou o mercado financeiro da América Latina. O Brasil,no governo Fernando Henrique Cardoso, que entrou de cabeça na crise, teve que aumentar os juros sobre a taxa dos cheques, fazendo com que a reserva de capital dos bancos se tornasse menor. Um cheque sem fundos nesse momento seria péssimo para o correntista.
No entanto, quem ama ultrapassa barreiras e uma noite de amor em um hotel cinco estrelas superaria um nome sujo no SPC.

Minha paixão é verdadeira
Faço tudo pelo nosso amor
Menti mas foi de boa fé
Menina sou louco por ti


Aqui nosso poeta entra em claro conflito interno. Em uma referência ao filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, ele atesta que o ser humano nasce bom e se perverte por causa da vida social e do desenvolvimento cultural. A civilização e a cultura tornaram os seres humanos egoístas e violentos, gananciosos e desordenados, a ponto de amar verdadeiramente e mesmo assim mentir para a sua amada.

Mas sou pobre de marre marré
Sou pobre, pobre de marré deci...


Infantilizado e desesperado para se explicar frente a situação inevitável de perder um amor por mentir, Andersãão apela para velhos ditados infantis para sensibilizar a amada.
Ele é pobre, mas mesmo nos piores momentos, mantém a alegria e o otimismo característicos do Brasileiro.

Te ganhei no paparico
Te papariquei!
Quis te dar um fino trato
E me apaixonei!
Te ganhei no paparico
Mas tô sem nenhum
Por favor amor não pense
Que sou 71...(2x) (final 4x)


Enfim, a letra de Paparico tem várias referências filosóficas, mas o enredo todo é obviamente ligado ao filósofo Alemão do século XIX Arthur Schopenhauer, que dizia que o amor é poderoso e sabe enganar o ser humano, consegue iludi-lo, prometendo-lhe uma felicidade que jamais poderá se realizar.

Assim como Andersãão, que tentou enganar de todas as formas a sua amada em busca de uma conquista efêmera. No entanto, a paixão aconteceu e, com o peso na consciência de ter mentido anteriormente, ele se viu obrigado a reconhecer para ela e para si mesmo que é pobre de marré deci e que não tem nem onde cair duro.

O triste retrato das relações superficiais contemporâneas, onde o que importa são os bens materiais e não o sentimento. Schopenhauer sabia disso. E andersãão também.