terça-feira, 27 de julho de 2010

Punheta Arte

Quando tinha 12 anos ainda era muito raro alguém ter essa merda de Internet, um pouco menos mas também raro era a TV a cabo. Playboy e outras revistinhas de sacanagem eram coisa do outro mundo, o acesso era muito difícil, quando um muleque da rua descolava alguma putaria ele virava o "Reizinho da área" por algumas semanas, pelo menos até a revistinha se deteriorar completamente e perder sua utilidade. A cara-de-pau de chegar numa locadora e alugar um vídeo de sacanagem ainda não existia, o seu Moura (dono da locadora, que eu sempre chamava de Faustão) era muito amigo do meu pai. Era foda, nem mesmo uma bunda com um short enfiado lá no rego aparecia pela TV. Ou seja, minha punheta tinha que ser muito criativa, não contava com todos os artifícios que a garotada dispõe hoje em dia.

Minhas armas eram poucas. Contava com umas porno-chanchadas que raramente rolavam na Manchete (1 hora de chatice para ver 4 minutos de pentelhos). As fodas nesses filmes eram muito fracas, "foda de umbigo" como bem expressou um camarada meu em um dia de revolta. Também dispunha do catálogo da Avon da minha mãe, tinham 4 ou 5 páginas com umas mulheres de calcinha e sutiã. Acho que era só. Tinha também o programa Fantasia, com várias beldades de shortinho curto. Mas o horário do programa dificultava muito o ato.

Com estes poucos instrumentos na mente e meu instrumento na mão, era difícil eu conseguir me virar. Talvez daí venha a minha criatividade para ficar escrevendo tanta coisa maluca. O esforço de abstração era enorme, quase entrava em "alfa". Juntar umas vagas lembranças de uma revistinha sueca, uma pitada da Sônia Lima e uns lampejos de mulheres em sutiãs era uma tarefa árdua para um cérebro ainda em desenvolvimento. E eu nem era dos melhores. Tinha uns camaradas da rua que eram mais sagazes nessa arte. Um moleque conhecido misturava a imagem do umbigo do Marcos (um gordinho da rua que tinha o umbigo justamente na racha de um pneuzinho de banha), a foto dos mexilhões em uma embalagem de patê e o desenho animado da She-ra. Não sei qual era a intensidade do orgasmo que saía daí, mas ele não se queixava.

Você pode achar tudo isso estranho, mas era um exercício muito saudável, para o corpo e para a mente. Nossa geração ficou mais criativa, desenvolveu fantasias sexuais melhores e credenciou milhares de atletas de alcova. A punheta abstrata, ou punheta arte, me consagrou como indivíduo. Sou o que sou graças a ela.

Hoje em dia é tudo mais fácil e automático. A molecada conta com bundas e xotas suadas pulando para fora dos shortinhos em todos os canais. Putaria na Internet e em vídeo nem se fala. Até os desenhos animados ficaram mais fáceis de fantasiar. Estamos criando uma geração adepta da punheta de resultado. Pá, pum, 3 minutinhos e estamos resolvidos. Todo o glamour foi embora. Tenho pena destes infelizes, com certeza a desenvoltura deles interagindo com o sexo oposto será muito mais pobre do que a nossa. Punheta de resultado resulta em sexo de resultado. Eles estão mal treinados desde as divisões de base.

Deixo aqui meu manifesto: a putaria explícita de hoje está acabando com a qualidade de nossa libidinagem futura. Salvem a pura punheta de nossos filhos, libertem-na desse sexo instantâneo que não estimula a criatividade. Viva a Punheta Arte, a punheta muleque, a punheta da várzea!!

domingo, 18 de julho de 2010

O retrato da nova geração.

http://www.youtube.com/watch?v=yAIqgQNtLdc&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=bbCHmZMt1h4&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=2s1w2NZrioE&feature=related


Obrigado grande mídia, muito obrigado...
A raça humana não agradece.